nº 1 - Perdidos na Estratosfera


Autor: A.M. Low
Título original: Adrift in the Stratosphere
1ª Edição: 1937
Publicado na Colecção Argonauta em 1953 
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: Correia Ribeiro
 
Prefácio:

A linha de separação entre a verdade e a imaginação, não é fácil de definir. O sonho de voar tornou-se há séculos o maior lugar comum do anseio de viajar. A electricidade, a rádio e a química sintética e o estudo do átomo revelaram-nos novos mundos mais espantosos do que a fantasia. Negar a existência de outros mundos é ainda mais fútil do que conceber a sua eventual conquista. O conhecimento das coisas ensina-nos acima de tudo que todos os factos são simples questão de critério.

nº 2 - O Estranho Mundo de Kilsona


Autor: Festus Pragnell
Título original: The Green Man of Graypec
1ª Edição: 1935
Publicado na Colecção Argonauta em 1954 
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: José da Natividade Gaspar 

Súmula - apresentada no livro nº1 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Quando o cientista Charles Spofforth afirmou à Imprensa que inventara um poderoso microscópio, ninguém teve dúvidas em acreditá-lo. Porém, quando ajuntou que, graças a tão extraordinário aparelho, conseguira distinguir mundos no átomo, levantou-se uma onda de incredulidade e celeuma, principalmente provocada pelo cepticismo dos seus colegas do mundo das ciências. Impunha-se, pois, um testemunho insuspeito que demonstrasse aos incrédulos que Spofforth não mentia. Convidou seu irmão Learoy a submeter-se a uma experiência em que ele próprio não só devassaria através do invulgar microscópio os segredos do átomo, mas ainda se submeteria a outra experiência muito mais atrevida: seu irmão trocaria a personalidade com a de um dos muitos estranhos entes que povoavam os minúsculos mundos atómicos.
E a experiência fez-se. E Learoy Spofforth saltou de súbito, não só para um mundo bem diferente daquele em que nascera, como também para o corpo hercúleo de uma espécie de antropóide meio selvagem - um homem verde das terras de Graypec.
Rude era a vida daqueles entes, homens primitivos, habitando em cavernas, alimentando-se de caça e lutando, num país inóspito, contra feras temíveis, de inteligência apuradíssima.
Uma jovem franzina, de cabelos amarelos, caiu, um dia, de estranho avião, em Graypec. As leis da tribo atribuíram-na a Kastrove, o jovem selvagem em cujo corpo Learoy Spofforth se encarnara. Mas Issa, a jovem cativa da cidade de Teth-Shorgo, a custo suportava o companheiro que o destino lhe impusera, e quando o rapaz lhe procurou explicar que não era o primitivo que o seu corpo simiesco aparentava, mas sim um homem de um mundo diferente, ali surgido em resultado de uma experiência extraordinária, Issa passou antes a considerá-lo um espião do povo adverso de Gorlem.
Os homens viviam sob a tirania despótica dos poderosos Larbis, seres estranhos, semelhando hediondos caranguejos, mas dotados de inteligência e conhecimentos científicos, que eles serviam na sua obra ambiciosa, nas guerras com que hostilizavam o povo de Gorlem, o império de uma raça mais perfeita. Tiranizavam os homens das cavernas, forçando-os a servir os seus senhores, adestrando-os para guerras de onde jamais regressavam, e comandavam as periódicas visitas às aldeias primitivas, de onde traziam levas de homens mais válidos e propícios para os combates. Issa e Kastrove foram um dia arrebanhados numa dessas razias e logo entregues a treinadores que os industriavam nos manejos dos carros de guerra, os quais semanas mais tarde partiriam, pelos longos e inóspitos desertos de Kilsona, a combater os guerreiros de Gorlem.
Um dia, na cidade onde o preparavam para a luta, Kastrove, ao favorecer a fuga de um prisioneiro feito ao inimigo, evadiu-se com ele e foi parar à longínqua terra de Gorlem, onde se lhe deparou uma civilização requintada, um povo inteligentíssimo, destemidos guerreiros que lutavam na defesa dos seus e pela causa da justiça, espezinhada pela crueldade dos repugnantes Larbis. Kastrove, dessa maneira, conheceu um novo povo ,uma nova maneira de vida. A experiência temerária de Charles Spofforth fizera dele um homem das cavernas, quase um selvagem, vivendo entre os rudes e desfavorecidos homens verdes de Graypec. A sua companheira Issa, de uma beleza quase europeia, mas de uma fragilidade inconcebível mesmo no mais franzino ente humano, mostrara-lhe a existência de uma casta, tempos atrás bastante civilizada, mas que o vício e a depravação aniquilaram e puseram à mercê dos Larbis.
Kastrove viveu depois os seus mais penosos dias, sob o chicote dos treinadores de Larbis, obrigado a adestrar-se para uma luta que não lhe interessava e para defender uns entes que nada tinham de humano, pois viviam nas águas profundas e só graças aos recursos científicos de que dispunham conseguiam impor-se aos inimigos, ora com guerras dotadas de fulminantes armas, ora atravessando os desertos em poderosas aeronaves que, quando a estratégia o indicava, se tornavam invisíveis em pleno voo.
Finalmente, a fuga de Kastrove levara-o à longínqua e resguardada cidade de Gorlem, povo que combatia heróicamente os Larbis e todos os que ao seu serviço lutavam. Assim, a entrada do fugitivo no campo adverso foi recebida com a desconfiança natural, que a sua procedência justificava. Qual então a sorte do homem das cavernas entre aquele povo novo? Mais atroz ainda do que sofrida sob o jugo Larbi ou no contacto com os primitivos homens-verdes? E Issa, a companheira que por fim o amava, que partilhara, em poder dos Larbis, os mesmos sofrimentos e torturas, perdeu-a ele para sempre quando, fugindo, a abandonou no campo adverso? E o Mundo, de onde a tremenda experiência de seu irmão o expelira, jamais o viu?
Aliás, sendo ele um ponto minúsculo entre os milhões de seres que se agitavam nos mundos do átomo, como poderia Charles Spofforth, com todos os seus recursos de cientista e com o seu poderoso aparelho, divisar o irmão e proceder à operação inversa ou fosse a de transferir-lhe a personalidade de novo para o verdadeiro corpo, o qual ficara na Terra e agora era ocupado pelo verdadeiro e selvático Kastrove, de quem Learoy Spofforth envergava a pele verde e peluda, dispunha dos braços longuíssimos de orangotango e de todos os atributos físicos de um antropóide e de um homem das cavernas?
São os sucessivos problemas que se vão levantando no decorrer da extraordinária obra de antecipação científica, escrita por Festus Pragnell, já um mestre neste género novíssimo de ficção, obra essa que na América constituiu um dos grandes êxitos literários deste ano.
Por tudo isto, é natural que desperte enorme interesse. 

Nota: este livro é uma das minhas memórias mais gratas relativamente à Colecção Argonauta. Devo tê-lo comprado quando tinha para aí uns 15 ou 16 anos e andei a juntar dinheiro para o conseguir. Custou-me na altura (1977-1978) mil escudos num senhor que tinha uma barraquinha de livros em segunda-mão no Beco dos Peixinhos, em Sapadores, onde já tinha comprado vários livros. Foi muito caro, na altura. E foi por esse tempo que eu decidi que um dia havia de ter a Colecção Argonauta toda. E consegui. Demorei foi mais de 40 anos a consegui-lo.

nº 3 - A Última Cidade da Terra

 
Autor: Edmond Hamilton (a capa tem uma gralha no nome do autor)
Título original: The City At World's End

1ª Edição: 1951
Publicado na Colecção Argonauta em 1954
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: José da Natividade Gaspar

Súmula - foi apresentada no livro nº2 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Esta é a história de uma cidade dos nossos dias e do seu povo. É a dramática epopeia de uma pequena cidade americana do Oeste chamada Middletown, cujos cinquenta mil habitantes se viram súbitamente atirados para uma terrível situação, sem precedentes na História da Humanidade. Quando um formidável cataclismo científico os flagela, Middletown e a sua gente vêm-se arrebatados do seu tempo e atirados para um futuro longínquo, quando a Terra já está velha, moribunda, estranha, de há muito abandonada pelos homens.
É esta a história sem precedentes daquele povo; do seu imponente Governador Garris, eternamente político e teimosamente agarrado à sua autoridade inútil e obsoleta; de Johnson, o espavorido electricista; de Hubble, o velho homem de ciência; de Mrs. Adams, cuja maior preocupação se cifra no destino das suas bem cuidadas rosas, que já não dispõem do sol benfazejo que as viceje; da formosa Carol Lane, noiva do moço cientista John Kinston, de súbito com todos os seus sonhos matrimoniais desfeitos por aquele cataclismo que destruiu o tempo e transformou o futuro, que sonhavam risonho, num inconcebível e patente pesadelo.
E todos aqueles habitantes da Última Cidade da Terra - banqueiros, lojistas, operários, donas de casa, velhos e crianças, soldados e artistas, ladrões e sacerdotes, vêem-se todos irmanados no mesmo destino - o mais inconcebível e desesperador exílio no fim do Mundo, no fim de um mundo cujos dias estão contados, pois toda a vida perece, o Sol está apenas morto e as ervas dos campos e os riachos dos vales de há muito secaram numa terra gretada e nua, sobre a qual uiva o vento de um eterno Inverno.
Tornada inóspita a velha cidade de Middletown, exilam-se os seus habitantes em demanda de paragens mais acolhedoras e quentes. Deparam uma imensa urbe, esquisita e estranha, de edificios belos e imensos, resguardados do frio exterior por vastas e protectoras abóbadas.
Nessa cidade, nem um sopro de vida, mas é evidente que ali, há muitos anos atrás, viveu um povo singular, civilizado e forte, que, todavia, sinal algum deixou de quem era ou para onde partiu.
O moço John Kinston incansávelmente transmite para o espaço constantes apelos pelo rádio, mas cada vez mais todos se convencem, ante o siêncio que os rodeia, sem captarem qualquer resposta aquelas chamadas, que mais ninguém ficou na Terra para os ouvir. E pertinaz, persistente, lutando contra o desespero e o desânimo, de toda a hora, da misteriosa cidade das cúpulas, sobe ainda periódico o apelo de Kinston: - "Middletown chama! Middletown chama!..."
Silêncio, Mutismo. Nem um som para além daquele deserto enregelado e cor de oca. A noite eterna parecia ter descido sobre aquele último e desgraçado povo da Terra. Até que um dia...
Mas não prejudiquemos o natural interesse com que o leitor da "Colecção Argonauta" desejará conhecer a sorte e o insuspeito destino daquele povo de "A Última Cidade da Terra". 

nº 4 - A Nave Sideral


Autor: Murray Leinster
Título original: The Last Space Ship

1ª Edição: 1949
Publicado na Colecção Argonauta em 1954
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: Fernando de Castro Ferro

Súmula - foi apresentada no livro nº3 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Antes de Vasco da Gama e Magalhães, circulavam na Europa medieval as mais fabulosas lendas acerca de mares e continentes desconhecidos, povoados de animais estranhos e monstros fantásticos. Hoje, que os homens já exploraram de  ponta a ponta o planeta em que vivemos, a imaginação humana tenta desvendar os espaços interplanetários e os universos estelares. Os romances de ficção científica, que conhecem enorme voga sobretudo nos países anglo-saxónicos constituem um novo género literário quase inédito em Portugal. Tendo uma base científica, eles revelam no entanto, e acima de tudo, o prodigioso poder de imaginação dos homens - e é com o maior gosto que "Livros do Brasil" apresenta ao público português mais uma obra da sua Colecção Argonauta, que pelo seu ineditismo e pelo seu carácter simultâneamente científico, romanesco e aventuroso, está destinado sem dúvida ao maior êxito em Portugal, povo de navegadores e descobridores, que soube tentar a aventura e encontrar novos "mares nunca dantes navegados..._".
Em "A Nave Sideral" assistimos à luta de Kim Rendell, que vive num planeta super-industrializado e super-mecanizado, contra a máquina que sujeita os homens dessa era. O planeta Alphin III está a uns dez mil anos de distância da época em que vivemos, mas em Kim Rendell palpita ainda um clarão da antiga mentalidade e idealismo. Em Alphin III não há propriamente governantes - mas uma máquina "que não erra nunca".  Cada indivíduo está ligado a um "Circuito Disciplinar", e o menor passo em falso conduz imediatamente à tortura psicológica.
Em Alphin III já não se usa o antigo processo de deslocação por meio de transportes. A teletransmissão de matéria é o processo masi rápido e eficaz. As pessoas são transmitidas de planeta para planeta tal como hoje são radiofundidas as ondas sonoras.
Kim Rendell é um "criminoso" por ter descoberto uma matéira que anula o "Campo Disciplinar", desafiando assim as leis da civilização da sua época. E quando, acompanhado da rapariga que ama, resolve fugir de Alphin III, roubando do museu uma velha nave interplanetária, para tentar encontrar um oásis naquele imenso espaço onde ele e Dona possam ser livres e felizes, principía a extraordinária e fantástica aventura de lutas e viagens através dos planetas e dos sistemas solares.

Prefácio:

Para muita gente este livro poderá parecer estranho, e na verdade assim terá que ser considerado. Escrevi-o da mesma maneira que algumas pessoas se cncentram sobre problemas de xadrez, ou outras plantam e tratam de dálias, ou ainda outras coleccionam primeiras edições ou certificados de saúde do período Gótico. Escrevi este livro para meu próprio divertimento, sabendo bem o que pensarão de mim as pessoas que não gostem ou não se interessam por este género - tal como as pessoas que consideram amalucados aqueles que se dedicam a problemas de xadrez, ou têm a mania das dálias, ou ainda as que coleccionam coisas estranhas. 
Mas diverti-me bastante enquanto o escrevia. Gosto de andar à solta com ideias originais, procurando o que elas querem dizer e o que podem produzir. É uma espécie de passatempo. Um dia ocorreu-me que os seres humanos até hoje quase não adaptaram um sistema de maquinaria como elemento importante nas nossas vidas e na nossa prosperidade. Exceptuando os equipamentos militares, é um facto que os únicos mecanismos desenhados especialmente para o trabalho do governo foram as cadeiras eléctricas e as luzes do trânsito. Esses mecanismos realizam tarefas públicas, e não possuem nenhum valor privativo. Não me consigo lembrar de nenhum outro mecanismo deste género. Assim, comecei a pensar no que aconteceria se as máquinas fossem desenhadas para tomar conta dos deveres governamentais, agora executados por homens. Até hoje apenas foi eliminado o carrasco público. Mas se o governo pudesse ser efectuado por máquinas, até os impostos poderiam ser reduzidos, e a inteligência e a ambição agora desperdiçadas em outras coisas podiam ser adaptadas a outros fins mais úteis.
Esta era uma ideia bastante interessante. Alguns teriam desenvolvido uma história inteiramente diferente da minha, usando o mesmo ponto de partida, mas aconteceu que eu tinha imaginado um "Circuito Disciplinar" como uma engenhoca governamental de primeira força, e isso abriu-me a porta da imaginação. Comecei a imaginar quantas distintas - e monstruosas - formas de governo poderiam e certamente tomariam lugar se o governo não pudesse nunca sesr contestado. Depois compreendi que esse mesmo invento poderia ser uma arma, um invento para anular o efeito de outras armas, e ainda muitas coisas mais. Podeira ser o que finalmente todas as invenções são de facto - o que os homens decidem fazer delas. 
E naturalmente não deixo de pensar que qualquer forma de governo que não pode ser desafiado eliminará toda e qualquer forma de liberdade a todos menos aos criminosos condenados, e a estes dará liberdade inteira como o mais terrível dos castigos.
Outros assuntos e ideias foram saindo da minha cabeça à medida que eu ia adiantando e desenvolvendo esta história. Muitas destas ideias eram irrelevantes, mas ofereciam-me momentos na verdade interessantes, quando por exemplo tinha de encontrar uma solução teórica para a velocidade mais rápida do que a luz. Também me agucava a curiosidade especular sobre o que seriam o alimento e os cozinhados num período de Cultura verdadeiramente desenvolvida. Um máximo de industrialização até uma conclusão ilógica era também motivo para me interessar agudamente, e fiquei horrivelmente fascinado com o que seria o espectáculo de um mundo sem homens - que tantas mulheres fingem desejar - e o quena verdade aconteceria se isso sucedesse.
Em resumo, misturei e envolvi várias ideias. Não é um truque original. Grande parte da chamada ficção científica não passa disso. Eu gosto do género. Com o tempo e com o esforço dispendido nesta história - e com um raciocínio semelhante adpatado a outros assuntos - poderia ter escrito uma história policial ou um mistério chamado "O Assassino Temporário", acerca de um multimilionário excêntrico que fora assassinado por meio de uma seta quando viajava sózinho no seu avião de jacto privativo sobre as Bermudas.
Mas diverti-me imenso mais escrevendo isto.

Murray Leinster
"Ardudwy" - Gloucester Coutry - VA

nº 5 - O Universo Vivo


Autor: Jimmy Guieu  
Título original: L'Univers Vivant  
1ª Edição: 1953  
Publicado na Colecção Argonauta em 1954  
Capa: Cândido Costa Pinto  
Tradução: Rui Bandeira

Súmula - foi apresentada no livro nº4 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Pela primeira vez nesta Colecção, apresentamos um autor francês. A inteligência francesa não podia deixar de se interessar pela nova forma de literatura, a ficção científica. E na verdade, "O Universo Vivo" é um romance em que se são as mãs a fantasia, a imaginação e a mais ousada especulação científica.
Os astrónomos da Terra observam através dos seus telescópios electrónicos perigosas conflagrações, choques de astros e de nebulosas. Mas essa conflagrações titânicas aproximam-se da Terra. E uma pergunta assustadora se coloca perante os sábios reunidos em assembleia de emergência: vai a Terra acabar? Vai o sistema Solar pulverizar-se num desses terríveis choques de nebulosas?
Um só homem se oferece para salvar a Terra e todo o sistema Solar. Apoiado na mais audaciosa das hipóteses, ele parte acompanhado de um grupo de amigos numa esquadrilha de astronaves que vai realizar uma aventura inaudita: descobrir a causa das conflagrações e detê-las. A viagem do comandante Barcley e dos seus companheiros, para lá do universo, reveste-se de aspectos extraordinários. O leitor ficará assombrado com a ousadia da hipótese e seguirá apaixonadamente uma palpitante aventura, e observará uma guerra mortífera num longínquo sistema planetário em que se chocam armas e métodos que ultrapassam de longe tudo o que possamos imaginar.

nº 6 - O Mundo Marciano


Autor: Ray Bradbury  
Título original: The Martian Chronicles  
1ª Edição: 1950
Publicado na Colecção Argonauta em 1954  
Capa: Cândido Costa Pinto  
Tradução: Fernando de Castro Ferro

Súmula - foi apresentada no livro nº5 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Naquele momento era Inverno em Ohio. Todas as casas tinham as portas e janelas fechadas, e os vidros cheios de geada; os telhados estavam cobertos dum espesso manto branco, e as crianças faziam bonecos de neve; as donas de casa caminhavam apressadamente pelas ruas geladas, agasalhadas em grandes casacos de peles que lhes davam um aspecto de enormes ursos polares.
E então uma colossal onda quente atravessou a pequena cidade, num mar de calor que parecia não ter fim, como se alguém tivesse deixado aberta a porta de um forno descomunal. O calor entrou pelas casas e pelos jardins e aqueceu as crianças e as donas de casa. O gelo caiu dos telhados e começou a derreter. As portas abriram-se. As janelas abriram-se. As crianças tiraram os agasalhos. As donas de casa penduraram os casacos de peles nos armários. A neve derreteu-se e pôs a descoberto a relva do Verão passado.
O foguetão trouxera de novo o Estio.
Janeiro de 1999. Os homens persistem na sua luta para a conquista de Marte. Os modelos de aeronaves accionadas por energia atómica fazem tentativas sobre tentativas. Cada vez o Homem se aproxima mais dos seres vivos que sabem já, existir em Marte. mas o primeiro contacto vai por fim estabelecer-se nesse mesmo ano, quando um grupo de seres humanos se dispõe à mais temerária de todas as  viagens interplanetárias.
Fevereiro de 1999. O senhor e a senhora K vivem numa casa com pilares de cristal mesmo à borda de um mar extinto. Os seus antepassados tinham vivido na mesma casa, que girava sobre si e seguia o Sol, como as flores o fizeram, durante séculos. O senhor e a senhora K não eram velhos, tinham a pele de um loiro escuro, próprio de verdadeiros marcianos, olhos de um amarelo doirado e vozes suavemente musicais.
Já o ano 2009 rondava, quando se deu o choque das duas civilizações. O casal K - como milhares de outros marcianos, puderam assistir à chegada de uns seres estranhos, com olhos azuis e castanhos, cabeços pretos e loiros, vestindo trajes que eles jamais viram. Os homens atingiram Marte e a partir daí começaria uma luta constante, cada um com a sua mentalidade. A nova conquista foi sentida de várias formas e provocou reacções diferentes, e os  marcianos puderam assistir, apavorados, a um mar de paixões que se entrechocaram... O estudioso, sempre atento a novas descobertas e vivendo alheio aos interesses materiais; o militarista, que tudo destrói na sua paasagem para conquistar o novo planeta; o comerciante, que procura novas formas de negócio com as maravilhas postas ao seu alcance; o antropologista, que encontrava ao seu dispôr um novo manancial de estudo - todos, cada um seguindo os seus sentimentos, procuram alojar-se no novo planeta.
Os homens da Terra, tinham finalmente conquistado o fantástico.

Nota: Ray Bradbury, é considerado por muitos como "O Poeta da Ficção Científica", tendo a Colecção Argonauta publicado algumas das suas obras mais extraordinárias.

nº 7 - Inconstância do Amanhã


Autor: F. G. Rayer  
Título original: Tomorrow Sometimes Comes  
1ª Edição: 1951  
Publicado na Colecção Argonauta em 1954
Capa: Cândido Costa Pinto  
Tradução: Fernando Moutinho

Súmula - foi apresentada no livro nº6 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

"...Perto de campo de aviação, não havia o mais pequeno sinal de vida. O Inverno cobria tudo com o seu manto branco, e as ruínas e os destroços dos edifícios, deformados na sua perspectiva pela alvura da neve pareciam negar a sua origem humana...
Nem sequer um pássaro sobrevoava aquele amontoado de pedras e poeiras. A regição parecia totalmente morta,, e um triste e subtil sentimento de desolação enchia aquele pedaço de terra. 
E, à noite, quando o Sol se apagava e as trevas enchiam de sombras e contornos indecisos os escombrdos da povoação, na imensa cratera aberta pela explosão da bomba cintilavam ténues reflexos de luz azul e débil, como fogos-fátuos, denunciando a acção deletéria da radioactividade, como guarda insaciável da zona destruída, sequisa de mais vítimas, pronta a aniquilar todo o se que se aproximasse.
 Às vezes, um caminhante interrompia a sua viagem, ao passar no alto das colinas que rodeavam a região, e olhava para baixo. Mas, em vez de descer, voltava as costas, com a face transtornada pelo receio, e apressava o passo, afastando-se para longe...
Naquele fim de tarde, a neve caía de novo, suavemente, imaculada, pontilhando as ruínas do hospital de flocos brancos inconscientes, como num esforço efémero para esconder aos olhos da natureza a loucura dos homens. Alguns desses flocos, no seu caminho imponderável, pousaram nos cabelos e na fronte do homem adormecido... Um deles foi descansar no lábio superior, e um fraco sopro de ar, expirado e quente, desfê-lo numa gota de água cristalina que lhe escorreu pela face, como lágrimas...
O major Mantley Rawson sentiu que as imagens voltavam a coordenar-se de novo no seu cérebro. Um enorme torpor de fraqueza enchia-o, porém. Sentia-se incapaz do menor esforço... E a consciência voltava-lhe, aos poucos, como os farrapos de recordações que lhe acudiam á memória. Lembrou-se de Julie e do seu filho Richard... da base de bombardeiros atómicos que comandara... a ordem de ataque... a operação a que fora submetido... o anestésico... um, dois, três, quatro... e o horrível ruído dos aviões e das tremendas explosões...
Depois mergulhara na inconsciência, enquanto o seu amigo Hawtrey, o distinto cirurgião, lhe retalhava o corpo, sob o concerto infernal da batalha atómica. Que se passara depois?... Que consequências teria tido a sua ordem de ataque, dada momentos antes de iniciar a intervenção cirúrgica?... Onde estariam a sua mulher e o seu filho?... E onde e como estaria ele próprio?...
O espírito aclarou-se mais, e a nebulosidade que lhe envolvia o pensamento rasgou-se. Abriu os olhos e contemplou incrédulo o panorama de ruínas que se lhe deparou e o resto do edifício sem tecto onde se encontrava... Depois, lentamente, soergueu-se da marquesa em que se encontrava estendido, e pôs-se de  pé...
No limiar de uma porta completamente desfeita e incompleta, observou, de olhos dilatados pelo espanto e pela dor, a imensa e silenciosa desolação do que fora antes a sua base militar. Não restava pedra sobre pedra... Ao longe, no campo de aviação, dos hangares havia apenas os alicerces, e os destroços irreconhecíveis dum avião assinalavam o ponto de partida da poderosa frota que desencadeara este pesadelo...
O major Rawson ensaiava, então, sem saber, os primeiros passos numa vida extraordinária e inacreditável. Essa nova existência cnduzi-lo-ia junto de seres que nunca imaginara, à presença de máquinas pensantes de inconcebível poder de raciocínio, ao contacto com uma civilização degenerada e estranha, evoluída da que ele conhecera, rebotalho retrogredido da espécie humana. Assistiria às fantásticas faculdades telepáticas que as radiações nucleares tinham dado aos pobres seres que as sofreram. Veria como o seu próprio nome era ferozmente amaldiçoado pela Humanidade. E encontraria, a dirigir uma cidade, o maior e mais espantoso cérebro electrónico que se poderia imaginar. E verificaria, sobretudo, que o fluxo da vida, através das idades, naõ é irreversível, que nem sempre tem um único e determinado futuro, o que ele traçaria como que uma argola fechada na interminável estrada do tempo..." 
Eis a "Inconstância do Amanhã".

nº 8 - O Veneno de Marte


Autor: Paul French (pseudónimo de Isaac Asimov)

Título original: David Starr : Space Ranger  
1ª Edição: 1952  
Publicado na Colecção Argonauta em 1954
Capa: Cândido Costa Pinto  
Tradução: Fernando Castro Ferro

Súmula - foi apresentada no livro nº7 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Paul French, um dos autores americanos que mais tem contribuído para o desenvolvimento do género chamado ficção científica, apresenta na Colecção Argonauta um novo detective do espaço, um herói da Galáxia, cujas aventuras e personalidade fascinarão seguramente todos os leitores deste livro. Trata-se de David Starr, o mais jovem colaborador do Conselho de Segurança da Galáxia, que pelo seu dinamismo, valentia, inteligência e presença de espírito, consegue salvar os habitantes da Terra de um fim cruel, que os habitantes de outro planeta tinham planeado.
Seis biliões de pessoas na Terra, dependentes dos géneros alimentícios do planeta Marte, estão ameaçados de uma morte terrível por envenenamento desses mesmos géneros. Sempre atento a tudo que pode de qualquer forma prejudicar os habitantes dos diversos planetas, o Conselho de Segurança da Galáxia, um órgão que não tem funções ou categoria bem determinadas mas que possui mais força e poder do que o próprio Governo da Galáxia, consegue averiguar que certas pessoas, em Marte, estão a tentar aniquilar a supremacia da Terra, por meio de um veneno que nem o melhor apetrechado laboratório consegue localizar ou determinar com exactidão.
David Starr é então enviado a Marte para tentar encontrar a solução de um problema que os mais antigos e endurecidos membros do Conselho não conseguiram decifrar. O detective encontra-se numa atmosfera que não pode suportar a vida humana, onde as plantações e cidades têm de ser protegidos por um tecto, dentro do qual se criou uma atmosfera igual à da Terra. Um mundo quase sem gravidade, à mercê de inaguentáveis tempestades de areia e repleta de precipícios e estranhas cavernas. David Starr compreende que a melhor forma de descobrir o mistério do envenenamento dos alimentos exportados para a Terra é a de ir oferecer os seus serviços, como trabalhador, a uma das grandes plantações e assim começam as suas aventuras no Planeta Marte... Lutando sem a habitual protecção da atmosfera venenosa do planeta, consegue sobreviver a uma tempestade. Encontra, depois de descer por um dos precipícios, os verdadeiros habitantes do Marte, desconhecidos dos homens que ocupavam o planeta, chegando finalmente ao fim da sua missão, num crescendo de dinamismo, interesse e originalidade, que são qualidades indispensáveis no emotivo género da ficção científica.

nº 9 - Missão Interplanetária


Autor: A. E. Van Vogt  
Título original: The Voyage of  the Space Beagle  
1ª Edição: 1950  
Publicado na Colecção Argonauta em 1954  
Capa: Cândido Costa Pinto - curiosamente esta edição não traz a informação relativa ao autor da capa, mas a concepção é em tudo semelhante às anteriores, pelo que se presume que seja o mesmo autor. Além disso, na obra nº 13 a informação retorna e o autor continua a ser Costa Pinto.   
Tradução: Fernando Moutinho

Súmula - foi apresentada no livro nº8 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

A. E. Van Vogt, o autor desta obra-prima de ficção-científica, é considerado desde há muito, nos Estados Unidos - a par de Robert Heinlein, Isaac Asimov e Edmond Hamilton - como um dos grandes, senão o maior, dos escritores que cultivam este género literário. Van Vogt, cuja produção de romances de ficção-científica é quase inestimável, na larga quantidade e na superior qualidade, é especialmente celebrado pelo valor das suas novelas, verdadeiros modelos de "suspense", duma imaginação incomparável, entre as quais avultam "Far Centaurus", "The Monster", "Dormant", "The Search", e "Slan".
Vogt é um experimentado mestre na delicada e dificílima arte de combinar o dinamismo, a originalidade e o virtuosismo da narração, cujo equilíbrio caracateriza o que há de melhor nesta nova forma literária. Nascido no Canadá, vive agora em Los Angeles, cidade em que, com pouco mais de trinta anos, é considerado um autor de fecunda e prodigiosa fantasia. Mas não é só na América - onde o seu nome é conhecido de toda a gente - conseguiu Vogt extraordinária publicidade. Por todo o mundo civilizado o elevado nível das suas obras conquistou admiradores, e até imitadores, consagrando-se assim a sua glória, e ajudando a firmar definitivamente a literatura de ficção-científica.
Van Vogt é traduzido em quase todas as línguas e o facto de a Colecção Argonauta apresentar agora em Portugal uma obra sua, constitui um motivo de justificado orgulho para esta Colecção, que se tem esforçado por trazer ao conhecimento do público português os nomes mais representativos da ficção-científica.
A propósito da sua invulgar capacidade de criação, conta-se que, um dia, perguntaram a Van Vogt o que pensava dos "Discos Voadores", ao que ele teria respondido: E possível que venham, de facto, de outros Mundos, mas, se assim é,  o seu nível científico é bem rudimentar, comparado com o enorme avanço atingido nos nossos romances do género".
De entre todas as suas produções, destacaremos, por merecedores de especial referência, os livros "The World of A", uma das primeiras obras de Van Vogt, "Destination Universe!", e "Mission Interplanetary", que constituirá o próximo volume desta Colecção, e que são todos eles romances de fôlego. 
Neste último, A. E. Van Vogt conta a aventura da imensa nave espacial chamada "Galgo", que percorre o Universo numa missão de estudo científico, transportando a bordo o jovem cientista Elliot Grosvenor, diplomado por uma admirável escola que, num mundo de especialização crescente, conseguira o feito de criar representantes duma saudosa cultura geral, aptos a encarar qualquer aspecto e perspectiva da mais remota ciência.
Na heterógena equipagem daquele navio do espaço, em que cada homem era um especialista e um perito, Elliot Grosvenor constituía, de facto, um caso à parte, uma excepção, um estranho, pois o seu treino no Instituto Nexialista dava-lhe uma mentalidade diferente, um ponto de vista diverso e mais lúcido para analisar não só os problemas do vácuo interplanetário, como os próprios conflitos humanos, resolvendo-os com perfeito bom senso, serenidade e decisão. Nem todos, porém, o compreenderam, de início. Como representante do Nexialismo - a nova ciência-síntese, esquema dos vastos conhecimentos humanos - Grosvenor tomava pela primeira vez o comando dum departamento a bordo dum navio sideral em missão de investigação nos espaços inter-galácticos. Chefe e ao mesmo tempo único membro dessa secção, Elliot Grosvenor pouca influência teria no ânimo e nas opiniões daquele milhar de técnicos que iam viver isolados nas insondáveis profundezas do Universo. Daí as dramáticas circunstâncias em que se desenrola a arrebatadora aventura do grupo de cientistas que a nave espacial "Galgo" transportava, a fim de desvendar os segredos dos mundos, e que depressa se viram envolvidos numa desesperada luta pela sobrevivência.
A incontáveis anos-luz do seu globo natal, lá longe entre as estrelas, aqueles homens viram-se rodeados por estranhars formas de vida que ultrapassavam os seus mais horríveis pesadelos - um monstro de aparência felina, com uma coroa de tentáculos saindo-lhe dos ombros, que se alimentava de seres vivos; uma raça de criaturas com o aspecto de aves e de extraordinários poderes hipnóticos; uma "Coisa" diabólica e pavorosa que podia atravessar a matéria sólida e que pretendia fazer do navio a sua própria habitação; e, por último, um "Ser" ilimitado e difuso, gasoso e inteligente, que preenchia totalmente o espaço duma galáxia.
Nas desesperadas lutas que travaram, com essas formidáveis e poderosas formas vivas, os exploradores constataram variadíssimos defeitos básicos nas suas ciências terrestres. E Grosvenor - o único de entre eles que lhes podia valer - quando se viu impedido de aplicar os seus conhecimentos, verificou com amargura que no espaço, como na Terra, o maior inimigo do Homem é o próprio Homem. 
Eis o ambiente rico de peripécias e expressão verdadeiramente humana em que decorre a viagem do "Galgo do Espaço" na sua "Missão Interplanetária".

nº 10 - Exploradores do Universo


Autor: Jon J. Deegan  
Título original: Antro The Life Giver  
1ª Edição: 1953  
Publicado na Colecção Argonauta em 1954  
Capa: Cândido Costa Pinto (esta edição, tal como a anterior, não traz a informação relativa ao autor da capa, mas a concepção é em tudo semelhante às anteriores, pelo que presumo que seja o mesmo autor. Além disso, na obra nº 13 a informação retorna e o autor continua a ser Costa Pinto)  
Tradução: Fernando de Castro Ferro

Súmula - foi apresentada no livro nº9 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

O piloto de uma astro-nave de reconhecimento, baptizada pelos seus tripulantes como "Pequeno Growler", ao verificar que perdeu o comando da nave em que voa e que esta não lhe obedece, devido à tremenda gravidade do escuro planetóide "Antro", que a atrai irremediávelmente para a sua superfície, então decide que a única possibilidade de salvação que se lhe oferece é dirigi-la para a profundíssima cratera de um vulcão extinto, abrandando assim a enorme velocidade que o arrasta.
Magoados e exaustos, os tripulantes encontram-se, finalmente, nos abismos da cratera de um planetóide do qual nada sabem, que até à data nunca fora visto, girando, perdido, nos caminhos do espaço, isolado e sem Sol próprio nem órbita definida. A nave, quase completamente destruída, e a falta de contacto com a grande nave-mãe que os largara a milhares de anos-luz do planetóide, incitam os tripulantes a prescrutar o interior de "Antro", na esperança de ali encontrarem água e alimentos que lhes conservem a vida até que a pouco provável chegada de socorros se confirme, abandonados na grande profundidade a que se encontram.
Mas os nossos heróis - Tubby, Hartnell e o Avôzinho - não tardam, porém, em descobrir vida inteligente e originária naquelas cavernas e túneis. Estranhos seres, impossíveis de descrever pela sua inumana forma (a que Hartnell dá o nome de "saltarecos", atendendo ao modo como saltitavam em vez de normalmente andar), esses estranhos seres encontravam-se divididos em dois clãns, os pretos e os brancos, que, de há longos séculos nutriam uma feroz rivalidade entre si, não tardando em envolver os tripulanets do "Pequeno Growler" nas suas disputas e desavenças. Os "Exploradores do Universo" descobrem por fim, para seu enorme e justificado espanto, que os "saltarecos" vinham cumprindo desde há muito uma fantástica missão que lhes fora confiada pelos "Grandes", raça de super-seres que lhes atribuíra a tarefa de gerar criaturas e fazer nascer plantas cujos esporos eles espalhavam pelo espaço com o fim de se desenvolverem nos milhares de plantas e estrelas do Universo.
Tubby, Hartnell e o Avôzinho vêem-se assim envolvidos numa incrível série de peripécias, nas quais arriscam repetidamente a vida, não esquecendo a pérfida "Iaras", espécime humano que habita as jaulas experimentais de "Antro", que tenta seduzir Hartnell, e que, por último, dá a vida para que os "Exploradores do Universo" possam fugir do negro planetóide.
Estas são as fantásticas aventuras que Jon J. Deegan, nome geralmente conhecido e admirado em Inglaterra, nos meios da literatura de ficção-científica, nos consta com um dinamismo de acção e um grau de surpresa que, estamos certos, prenderá a atenção do leitor da primeira á útlima página e o espantará pela originalidade e arrojo do tema e seu desenvolvimento.